segunda-feira, 30 de abril de 2012

Jogo dos encontros e desencontros


Com a devida licença de Sofia Coppola, também acredito na vida como um jogo dos encontros e desencontros. Pessoas interessantes, encontro.  E, outras, nem tanto assim, desencontro. Forma. Atração. Pensamento. Educação. Formação. Respeito. Falta de respeito. Repulsa. Negação. Mulheres ou homens. Eles chegam, passam e alguns até entram nas nossas vidas; uns só de passagem, de repente desaparecem. Primeiro da nossa agenda de contatos. E, um pouco depois, das nossas vidas. Outros, vão ficando.

Das que a gente tinha certeza que iam ficar e não ficaram

Tem aquela pessoa que chega, como que dizendo, quase que anunciando e mostrando que vem para ficar, para ocupar nosso espaço, nosso vazio, nosso desespero. E a gente passa a ter mesmo a certeza que ela vai ficar. Cada dia mais. E para todo o sempre. Compartilhando o nosso dia-a-dia, nossas tristezas e decepções. Nossas vitórias e comemorações. Mas, de repente, algo acontece lá dentro da gente e quando a gente viu, já foi. Toda a magia, todo o encantamento, toda admiração, todos os beijos apaixonados, todo carinho e todo o cuidado, todo o sexo apaixonado, intenso e calado e gritado e toda a intimidade de todos os dias e de todas as noites, se foi. Evaporou. Sumiu. Desapareceu. Morreu. Passou pela nossa vida, e de repente a gente nunca mais vê.

Da que chegam despretensiosamente e acabam ficando

Tem aquelas outras que chegam, seja por um esbarrão ao acaso, ou um telefonema proposital de “como vai você” e “quanto tempo” e “precisamos por as conversas em dia” e, assim despretensiosamente vão ficando e cativando.


Das que a gente é posto a conviver diariamente

Tem aquelas outras que a gente é posto a conviver, diariamente. Às vezes, a gente não gosta muito de início. Desconfia. Mas elas ficam um tempão na nossa vida e a gente aprende a conviver e até a gostar delas, de todas as manias e de todo jeito e de qualquer jeito. E quando a gente finalmente aprende, a convivência diária já não nos é mais imposta. E ela passa pela nossa vida. E, depois de um tempo, vira uma lembrança boa. E tem aquelas que simplesmente o santo não bate. Algumas vezes, a gente não entende por que, e algumas outras, a gente sabe exatamente o motivo. Essas passam e algumas vezes, deixam marcas. Dessas, bate aquele desconforto de lembrar, mesmo que elas tenham feito parte de um passado bem distante, ou até recente. É sempre difícil a lembrança. Diria que pesada, muitas toneladas.


Das que a gente é posto a conviver diariamente #2

E aquelas que a gente também é posto a conviver, diariamente, e, desde o início bate uma afinidade? Ah, isso sim é legal. Elas só não ficam na nossa vida quando o destino não permite. Aquela afinidade amiga, sincera, que se fosse por ela e pela gente, a amizade ia durar a vida toda. É uma pena. Às vezes, a gente tem tanto o que aprender com aquela pessoa, e acaba, sem querer, ensinando também. Uma troca perfeita e harmoniosa. É, é uma pena. Mas Deus do céu, e quando a afinidade vem junto com a atração? E a gente sabe que tinha tudo pra dar certo, pra ser legal, para ser uma construção de ideias conjuntas? Que desespero que bate! E a gente se vê de mãos atadas. A gente quer mesmo é dar um grito, como se fosse isso resolver alguma coisa. Definitivamente. Mas os dias passam, e tudo continua igual. Pessoas que a gente queria ter com a gente de uma ou de outra forma, ou de todas as formas juntas, mas alguma coisa naquele momento não permite que aconteça. E talvez nunca venha a acontecer. A gente não sabe, né. E aí, às vezes, essa pessoa, escapa pelos nossos dedos, e a gente um dia, nunca, nunca mais mesmo, vê a pessoa. E em algum lugar do mundo, a gente pensa nela, com carinho, e em como teria sido legal. Timings diferentes. Não era para ser, de repente.

Das que a gente ainda não sabe

E tem, por fim, aquelas que a gente ainda não sabe o que vai acontecer. Elas estão na nossa vida por alguma circunstância que permitiu isso. E vão ficando, dia-a-dia, delicadamente. Será que elas vão ficar por mais algum tempo, ou será que um dia, de uma hora pra outra, ela vão evaporar? Acho que essa é a graça de tudo: viver sem saber o que vai acontecer, o que esperar. Que encontros e que desencontros estão por vir?

Das que estão na sua vida

E pra você, leitor, o que será que te aguarda? Quantos outros tantos encontros e desencontros hão de acontecer ainda na sua vida?


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