segunda-feira, 21 de maio de 2012

"O tempo não para"


Olá, queridos leitores. Já teve um daqueles dias que desejaria não ter tido? Não pelo menos da forma que aconteceu, do jeito que foi? Então, esse foi exatamente um desses dias. A gente até tenta esquecer às vezes. Apagar da memória o que não aconteceu do jeito que a gente queria, ou planejava. Mas não dá. Pois é, não dá. E sabe por que? Porque ele faz parte de nosso crescimento, de nosso aprendizado, da própria condição humana e, mais ainda, de quem nós somos, agora, nesse exato momento. Pensando nisso tudo e na dinamicidade das experiências da vida, me veio uma frase na cabeça: a vida não para, o tempo não para. E aí claro, fui ouvir a música do Cazuza, “O tempo não para” e acabei escrevendo algumas impressões sobre isso tudo, o tempo e a condição humana. Lá vai!

Filha, nem liga, isso não importa

Sou  forte, mas às vezes sou fraca. Finjo que não tô nem aí, mas me preocupo. Solto um sorriso tímido quando na verdade quero chorar. E choro quando estou feliz. Ignoro o que é importante pra mim. E o que não é, vanglorio, dou a maior importância e prioridade do mundo. E só depois descubro que o importante não era assim tão importante que não pudesse esperar, e que, o que não era, era o que, na verdade, não podia esperar o tempo o passar. E aí, só depois do depois lembro de minha mãe: “Filha, nem liga. Isso não importa. Isso é pequeno demais pra você ficar se preocupando. Preocupe-se com coisas mais importantes.” De fato, os problemas tem o tamanho e dimensão exatas que damos a eles.

O futuro repete o passado

Que coisa de doido, que contradição. No presente, penso no futuro. No futuro, penso no presente que acabou de virar passado. E olha só o que descubro: o  futuro repete o passado.  Mais uma vez. E de novo. 

TIC TAC, o dia terminou

E o relógio não para. Até consigo escutar o barulhinho dos segundos no silêncio da noite com o eco da televisão ao fundo. O dia terminou. Hora de ir dormir. A semana terminou. O ano, já quase na metade. De novo. O tempo passou por mim. Onde eu tava?

E o tempo não para

Como diria Cazuza, realmente, o tempo não para. Às vezes voa e a gente implora, reza, faz de tudo pra que não passe, ou pra relembrar aquele momento agradável. Mas ele passa. Daí, outras tantas vezes, a gente também implora e reza e pede “pelo amor de Deus” para que o momento difícil, aflitivo, a situação constrangedora ou a nossa dor passe depressa, suma, nos deixe em paz. E aí então é que parece uma eternidade...

A vida tá aí

E a vida tá aí, escancarada na nossa cara. Pra quem quiser ver e também para aqueles outros que não querem, mas persistem e insistem. De uma maneira ou de outra. Tão breve que é nosso tempo aqui, e a vida tá aí. E vemos tanto. Todos os dias. Já vimos tanto. E quanto ainda vamos ver? Quanta pobreza pelas ruas. E quanta pobreza de espírito também. Quanto frio. E quanto calor. Quanta dor e quanto amor. Quanto desejo e quanta repulsa. Quanto céu e quanto inferno. Dentro de mim, dentro de você.

A gente é o que é

Mas a gente é o que é. E nem adianta disfarçar. Não adianta choro nem vela. Disfarce nem conversa. O fato é esse. Cada um dá o que tem. E a gente faz o que pode. E algumas vezes, o que não pode também. Até cansar. Mas não fiquemos desesperançosos com todo esforço que parece ter sido em vão, todo investimento não reconhecido, porque, no mínimo, isso já serviu para a gente evoluir e repensar em alguma questão nossa. E também, pra fazer da gente o que a gente é. Uma pessoa nova a cada minuto. E são elas, nossas experiências, nossos dias não tão coloridos, que fazem da gente o que a gente é. E enriquecem a nossa bagagem, para que, ao final da jornada terrena, possamos dizer que valeu a pena todo esforço!