quinta-feira, 23 de agosto de 2012

A arte do estranhamento


Não sei.
Mesmo.
O tempo passou, e passa por mim... assim.
De um jeito ou de outro.
E, em vão, tento escrever no branco da tela. Preencher o vazio que agora se completa.
E fico pensando... como é difícil entender tudo.
Ou como é fácil não entender nada.
Como é difícil ser 8....ou 80.
Ou, como é fácil, muitas vezes, anunciar, celando qualquer discussão: “Sou 8...ou 80”.
Como diria Caetano, “cada um sabe a dor e delícia de ser o que é.”
Pois é.
E cada um é um.
E por isso que eu penso.... o outro é um universo a parte.
Previsível? Hmm... sim, estranhamente previsíveis alguns deles...outros, diria que “desvendáveis”. Mas tem aqueles que são indecifráveis, duros, impenetráveis, até no seu olhar mais reto, mais sicero.
A razão é, por isso, um tanto quanto non sense certas vezes.
Ou, na maior parte das vezes, pra não dizer sempre, então.
Muito estranho tudo isso.
E onde fica o sentido disso tudo neste exato momento?
Será que há um sentido permanente que reside sobre as coisas? Ou será um sentido transformado a cada segundo de nossa existência?
Que lógica mais estranha essa.
A lógica do tempo que a gente vive.
A lógica da busca do silêncio no meio de tanto barulho.
E da busca pela quietude em um tempo tão fugaz, frenético.
Da busca da espiritualidade em um tempo onde é tudo tão volátil.
Tudo tão institucionalizado e o que a gente quer, na verdade, é seguir o sentido oposto.
Que lógica mais estranha essa a nossa.
E eu acho que tem muito de Lewis Carrol em tudo isso!
A lógica do estranhamento.
A arte do estranhamento.
A arte da eterna busca pelo sentido no interminável estranhamento inerente à condição humana.